segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quando lutamos contra nós mesmos, somos os únicos a colecionar feridas. Até que ponto vale a pena ater-se ao caminho da menor-dor, do baixo risco e do conforto calculado? Você grita para si mesmo com tanta força essa mentira, que acaba por não ouvir o peito clamando por um segundo de atenção. Mas eu consigo ouví-lo, quando ele encosta no meu, e sigo aguardando o dia em que a tua garganta, de tão rouca, deixe chegar aos teus ouvidos o que para mim fica claro toda vez que teus olhos fecham antes dos meus: é recíproco.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ah, se você pudesse sentir ontem não consegui dormir, sem ouvir a tua voz cansada, você devia estar aqui pra ver, aqui não pára de chover, desde que você voltou pra casa, se o meu lar for onde houver tua respiração, vou morar na tua voz, ao menos, até o final dessa canção, no teu coração. Ah, será que você vai lembrar? Onde é que você vai guardar o esboço dessa história? Ou vai fazer fogueira pra queimar, e ver que não dá pra fechar biblioteca da memória, você já me conheceu o bastante pra saber, se eu sou ou não bom o bastante pra você, quando acordar, quando a música acabar... eu posso te ouvir, e eu sinto como se nós não estivéssemos a sós. Você está aqui, e eu sei que posso estar em qualquer lugar. As vezes eu sinto que eu sou o ar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Existe alguém em mim que quer falar tudo que acha que sente. Quer dizer que faz qualquer coisa pra te ter ao lado todo dia à noite. Esse alguém te quer. Existe alguém que duvida. Duvida do que tu sentes e, justamente por isso, não diz o que sente. Ele não diz, e te faz achar que ele não sente nada por ti. Esse alguém te gosta muito. Existe também alguém que ferve. Alguém que ignora todo o sentimento, pois espera a cada esquina por algo melhor, algo que nunca aparece e que o faz permanecer nessa incessante busca. Esse alguém não vive sem ti.
Enquanto meus braços não são capazes de te alcançar, contento-me com a certeza de que estamos sob o mesmo céu, e com a chance de estares olhando para a mesma estrela que eu. Porque nós dois somos um e nada mais vai ser tão especial quanto nós e as nossas decisões. Sinto sua falta, cinco minutos é pouco pra mim, me devolve a minha eternidade. Vou fingir que estou beijando, os lábios que sinto saudade, e esperar que meus sonhos se tornem realidade.
De repente você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende. Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos. De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeando de gente que não aprendeu porra nenhuma. Não te preocupa. Todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula.
O lance é sempre perguntar pra si mesmo o seguinte: que coisa BOA eu posso fazer agora? Que elogio eu posso tecer para um amigo? Quem é que eu vou fazer sorrir agora? Pra qual amigo distante eu vou ligar e dizer que tô com saudade? Quem eu vou abraçar agora? Ao mesmo tempo que isso pode soar hippie e utópico, não nego que o mundo seria um lugar melhor se todos (eu incluso) tivessem isso em mente.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu te amo antes e depois de todos os acontecimentos, na profunda imensidade do vazio, e a cada lágrima dos meus pensamentos.  Eu te amo, em todos os ventos que cantam, em todas as sombras que choram; na extensão infinita do tempo, até a região onde os silêncios moram. Eu te amo, em todas as transformações da vida, em todos os caminhos do medo; na angústia da verdade perdida, e na dor que se veste em segredo.  Eu te amo, em tudo que estás presente, no olhar dos outros que te alcançam, em tudo que ainda estás ausente.  Eu te amo, desde a criação das águas, desde a idéia do fogo, antes do primeiro riso e da primeira mágoa.  Eu te amo perdidamente... desde a grande nebulosa, até depois que o universo cair sobre mim suavemente...