terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mentiras .

Às vezes tento compreender aquilo que não sei explicar, de que materia estúpida e torpe são feitas as mentiras tão necessárias imprudentes, todos nós precisamos mentir por amor, amizade, respeito e consideração mas especialmente pelo prazer e pelo medo, prazer de enganar e medo de dizer a verdade, quem diz a verdade se expõe e fica a mercê do julgamento e da tirania dos hipócritas que dizem: não fale, não ouça, não veja, não sinta, apenas finja, finja que acredita que os sentimentos são lâminas cegas esterelizadas que cortam sua pele superficialmente sem jamais atingir sua alma, mais e aí ? Todos os dias sorrimos afirmando que somos felizes, e a vida regrada pelas paixões mal resolvidas, pelos desejos confinados e principalmente pelo prazer momentâneo, efêmero e insano de pequenos fragmentos do que chamamos de felicidade, analise e reflita, jamais houve na humanidade tempo em que predominou tanta vaidade.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ele simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda desse sujeito. Como eu curto um ser desgraçado que caga pra mim. Que faz rir mulheres medonhas e ignora a existência daquela mocinha tão cheirosa e dadivosa. Com capacidade e intenção de tratá-lo como um rei espanhol e suas mil súditas. E eu fazendo o papel de mil. Sem cansar jamais. Ou cansando assim que ele me olhar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. Porque se eu esperar, talvez eu já não te queira mais. Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte. Porque eu cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem o outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. Mas se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing.

sábado, 11 de dezembro de 2010

'Choro todos os dias pensando que se eu não fosse louca ou chata, estaríamos juntos. Mas quando quero contar uma cena de loucura ou chatice minha, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pela sua loucura e chatice. E quando quero lembrar da sua loucura ou chatice, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pelas minhas. E de fato, não acho nada louco ou chato.'

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Imagina só que vida chata se eu, ao invés de escrever um texto de amor, cheio de esperança, profundidade, dor, maluquice, tesão, estivesse escrevendo um texto assim: e ninguém é interessante e eu, pra ser sincera, não gosto de ninguém. Triste, muito triste. Chato. E pior do que tudo isso: anti-literário. Como é que um escritor vai se sustentar com um coração vazio? Mas chega. Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. Nada grandioso aconteceu. Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível, passo para uma vida mais madura. Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama. Não posso mais emprestar mistério ao vazio, vida ao oco, esperança ao defunto, saliva ao seco. Não posso mais emprestar meus desejos para que pessoas se tornem desejáveis. E, finalmente, não posso mais inventar amor só para poder falar dele.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros. Outro dia ouvi a música do Closer e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"... amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. Amar dói tanto que não dói mais, como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria..."