Eu só queria me divertir um pouco. Mas nada pode. Se você quer amar, não pode, a coisa vira toda contra você. É coisa de mulher chata. Se você quer dar, também não pode não. É coisa de vadia. O mundo é um lixo com as mulheres. E minha mente tem esse mundo aqui dentro. Esse lixo. Não queira nada, mulher! Apenas diga não e tenha o mundo aos seus pés. E dane-se se sua alma é dessas querendo dizer sim pra ser honesta e com bode do não de quem faz charme e não faz o que quer. Ser de verdade traz uma dor de verdade e só.
Eu só preciso me lembrar de como era no início, quando era um vício difícil de deixar.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Porque você não faz parte da minha vida, e eu não me importo mais com isso, já tinha me curado do vicio de falar sobre você e de pensar em você. Más depois que sonhei com você, sonho esse que estou quase me convencendo que foi o meu subconsciente, me dizendo que eu não me curei porra nenhuma e que eu amo você de uma maneira incrível e contraditória.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Ele me conta das meninas, eu conto dos caras . Eu acho engraçado quando ele fala “Ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade . Ele também ri quando eu digo “Ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora . Ou vai, mas sempre volta . Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre . Ainda que ele case, more na Bósnia, são quase quinze anos . Somos pra sempre.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Eu só queria te ajudar, ele disse. A coisa mais linda de se ouvir, mas ela sabia. Ninguém quer só ajudar. As pessoas querem provocar, foder, maltratar, ensinar, desistir, recuperar, judiar, apertar, trair, enjoar, odiar, rasgar, largar, trocar, mudar, se ajudar. As pessoas querem, sobretudo, alguém que seja forte o suficiente pra transformar o sadismo do amor em perdão. Mas ela não sabia perdoar isso, ainda. Ainda que perdoasse sempre que conseguisse mandar embora. Então, agora, podia. Mas queria, um dia, amansar o amor que só é com o ódio de mil anos, queria sentir o amor que pode se esquecer um pouco do que é. O amor menor. Sentir o amor que não te sacode de horizontes confortáveis e fazem vomitar cada órgão. A inundação interna aterrando tudo.
sábado, 25 de dezembro de 2010
O Natal de Verão do Pai Natal
O Pai Natal abotoou a camisa, enfiou uma camisola grossa e, por fim, vestiu um casaco vermelho, feito à medida, com uma gola de lã.
«Que tempo para sair!», disse para si próprio, enquanto o vento uivava lá fora, atirando o granizo contra as janelas. «Está é um tempo para me sentar à lareira, a comer bolachas e a tomar um chá quentinho e reconfortante.»
Aproximou-se do espelho e sorriu. Estava pronto para a grande Noite de Natal.
«É engraçado que as crianças pensem que sou gordo. Com tanta roupa em cima...!»
Lá fora, Rodolfo e as outras renas esperavam-no, impacientes. Estava tanto frio que os patins do trenó estavam congelados e as patitas das renas estavam enregeladas. Era preciso porem-se em movimento.
O Pai Natal comprovou uma vez mais se tudo estava em ordem e arrancou a toda a velocidade, através de uma cortina de neve.
«OH! OH! OH!» O Pai Natal deveria soltar uma gargalhada exultante, tão forte que ecoasse pelos céus e fosse ouvida por todas as crianças do mundo cristão. Mas naquela noite tão gélida, a voz saiu hesitante e rouca.
- Mas que época horrível para se comemorar o Natal! - exclamou ele, dirigindo-se a Rodolfo. - Este ano está cá um Inverno...
A rena sacudiu a neve que cobria as campainhas do trenó.
- Concordo totalmente. , anuiu Rodolfo. - Não está tempo para viajar. Além disso, as renas podem escorregar nos telhados e partir uma pata.

Quando regressou ao telhado, depois de um enorme esforço a trepar pelo mesmo buraco, resmungou:
- Nunca mais! Nunca mais! No próximo ano, o Natal deverá ser festejado muito antes.
- Muito antes? - perguntou Rodolfo, sacudindo a neve do seu dorso.
- Em Julho! - disse o Pai Natal, sentindo-se mais animado com este pensamento. E soltou uma forte gargalhada: «OH! OH! OH!»
O mês de Julho chegou. O Pai Natal estava tão ocupado a preparar os brinquedos que nem tivera tempo para férias. Rodolfo também andava atarefado a preparar o carro de seis rodas. O trenó era inútil, em pleno Verão.
O Pai Natal barbeou-se, pois só se deixa crescer a barba no Inverno, por causa do frio, vestiu uma camisa de manga curta e uns calções e calçou umas sandálias.
«- Sinto-me em plena forma!», pensou ele, mirando-se ao espelho.
Depois, com o carro carregado de presentes, puxado pelas renas, foi dar a sua volta ao mundo. Devido à onda de calor que se fazia sentir, era fácil calcorrear os telhados e entrar nas chaminés. Na primeira casa, a descida foi muito fácil. Quando pisou o chão da sala, sacudiu a cinza que se agarrara à camisa e olhou à volta. Só então deu conta de que algo não batia certo. A casa tinha um aspeto solitário e vazio. Não havia ninguém a esperá-lo. A sala não tinha árvore de Natal com as luzinhas a piscar, enfeitada com grinaldas e bolas brilhantes. Pouco a pouco, compreendeu o que se passava.
«Partiram para férias e nem pensaram sequer em mim.», protestou ele, sozinho.
Nem sequer havia sapatinhos para colocar os brinquedos. Surpreendido e aborrecido, regressou ao telhado, murmurando entre dentes: «Queres saber a melhor, Rodolfo? Não estavam à minha espera.»
Rodolfo não lhe prestou atenção, pois estava ocupado a sacudir as moscas e outros insetos que teimavam em pousar nas suas orelhas.
O mesmo aconteceu em todas as casas: ou estavam de férias ou as crianças estavam acordadas e a brincar nas ruas. Inclusivamente, uma família chamou a polícia porque ouvira ruídos estranhos no telhado.
«- Um ladrão está dentro de uma casa!», gritaram ao telefone. «- E há outro no telhado.»
- Nunca mais! Nunca mais! Natal no Verão, NUNCA MAIS!», gritou o Pai Natal, visivelmente mal-humorado, saltando para o carro de seis rodas e "galopando" pelos céus, a toda a velocidade. Com os solavancos e sacudidelas, alguns brinquedos saltaram do carro.
Rodolfo e as outras renas já tinham saudades das viagens suaves de trenó, nas noites estreladas e frias de Dezembro. E no céu soavam canções de Natal, em vez de sirenes da Polícia.
Não foi preciso esperar muito. Dezembro chegou e, com ele, a noite de Natal. O Pai Natal aperaltou-se, como habitualmente. Já tinha saudades do seu casaco vermelho e das botas pretas. Rodolfo foi buscar o trenó e, carregadas as prendas, voaram pelo céu, ao encontro das crianças.
«OH! OH! OH!» O Pai Natal soltou uma gargalhada exultante, que percorreu os céus cristãos.
Vaz Nunes (Natal 2010)
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Eles se amam todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
E diz que tem medo, do longe de coisas como essa nossa. E eu penso, que no fundo, nem tão fundo, tenho também, demais. E lá vou eu, a cada cinco minutos, namorar os flashes que você espalhou pela minha casa. Ainda que tudo não dê nem meia foto nossa, mal tirada. Se até o Natal você ainda gostar de mim eu prometo gostar de você também.
Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Eu funciono assim, não sei se você já percebeu. Consigo não te amar, e isso significa passar ótimos dias em paz, quando te trato bem, quando te amo. O que sobra em mim, o que eu guardo no peito, é sempre o negativo do que expeli para o mundo. Por isso o e-mail, carinhoso, um jeito de te expulsar mais uma vez, porque é só isso que sei fazer quando o assunto é sentir além de mim.
domingo, 19 de dezembro de 2010
“Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito.Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos.
Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?”
sábado, 18 de dezembro de 2010
Se você não ligar, nunca mais, eu vou ficar triste, igual fiquei semana passada porque outro não ligou, igual fiquei semana retrasada porque outro sumiu. Igual eu vivo ficando chateada e vive passando. Eu tenho prostituído demais a minha espera. E as coisas parecem perder a importância toda hora. O problema é que, para perder a importância toda hora, toda hora vivem ganhando importância, e eu estou ficando cansada.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
.. Olha, é simples, são sete números e uma única chance de conhecer uma mulher super bacana. Que, sim, tem chulé às vezes, tem bafo às vezes, tem ataques de histeria, ciúme e infantilidade às vezes. tá bom, é mais do que às vezes, mas se você me ocupar com bom papo e carinho, eu juro que esqueço um pouco meu lado que não sabe se relacionar.
Peraí, tá tocando aqui. tem que ser você, tem que ser você. tem que meeeeeeerda, pena que não dá para processar o “Vivo Informa” por propaganda enganosa.
Peraí, tá tocando aqui. tem que ser você, tem que ser você. tem que meeeeeeerda, pena que não dá para processar o “Vivo Informa” por propaganda enganosa.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Mentiras .
Às vezes tento compreender aquilo que não sei explicar, de que materia estúpida e torpe são feitas as mentiras tão necessárias imprudentes, todos nós precisamos mentir por amor, amizade, respeito e consideração mas especialmente pelo prazer e pelo medo, prazer de enganar e medo de dizer a verdade, quem diz a verdade se expõe e fica a mercê do julgamento e da tirania dos hipócritas que dizem: não fale, não ouça, não veja, não sinta, apenas finja, finja que acredita que os sentimentos são lâminas cegas esterelizadas que cortam sua pele superficialmente sem jamais atingir sua alma, mais e aí ? Todos os dias sorrimos afirmando que somos felizes, e a vida regrada pelas paixões mal resolvidas, pelos desejos confinados e principalmente pelo prazer momentâneo, efêmero e insano de pequenos fragmentos do que chamamos de felicidade, analise e reflita, jamais houve na humanidade tempo em que predominou tanta vaidade.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Ele simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda desse sujeito. Como eu curto um ser desgraçado que caga pra mim. Que faz rir mulheres medonhas e ignora a existência daquela mocinha tão cheirosa e dadivosa. Com capacidade e intenção de tratá-lo como um rei espanhol e suas mil súditas. E eu fazendo o papel de mil. Sem cansar jamais. Ou cansando assim que ele me olhar.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. Porque se eu esperar, talvez eu já não te queira mais. Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte. Porque eu cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem o outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. Mas se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing.
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing.
sábado, 11 de dezembro de 2010
'Choro todos os dias pensando que se eu não fosse louca ou chata, estaríamos juntos. Mas quando quero contar uma cena de loucura ou chatice minha, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pela sua loucura e chatice. E quando quero lembrar da sua loucura ou chatice, não lembro exatamente de nenhuma que não tenha sido provocada pelas minhas. E de fato, não acho nada louco ou chato.'
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Imagina só que vida chata se eu, ao invés de escrever um texto de amor, cheio de esperança, profundidade, dor, maluquice, tesão, estivesse escrevendo um texto assim: e ninguém é interessante e eu, pra ser sincera, não gosto de ninguém. Triste, muito triste. Chato. E pior do que tudo isso: anti-literário. Como é que um escritor vai se sustentar com um coração vazio? Mas chega. Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. Nada grandioso aconteceu. Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível, passo para uma vida mais madura. Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama. Não posso mais emprestar mistério ao vazio, vida ao oco, esperança ao defunto, saliva ao seco. Não posso mais emprestar meus desejos para que pessoas se tornem desejáveis. E, finalmente, não posso mais inventar amor só para poder falar dele.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros. Outro dia ouvi a música do Closer e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Para não enlouquecer sem você, eu me agarro àquela lembrança desfocada e amarelada de que existe vida lá fora, e me pego tentando lembrar, com um esforço que quase me faz esquecer você por alguns segundos, o que seriam mesmo essas coisas. O que sobra quando você sai é um dia claro que me pede para dar um passo, apenas um passo. Mas eu fico dura que nem pedra para não desmontar e me espalhar pelo mundo.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
E diz que tem medo, do longe de coisas como essa nossa. E eu penso, que no fundo, nem tão fundo, tenho também, demais. E lá vou eu, a cada cinco minutos, namorar os flashes que você espalhou pela minha casa. Ainda que tudo não dê nem meia foto nossa, mal tirada. Se até o Natal você ainda gostar de mim eu prometo gostar de você também.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Enquanto todos acabam de comemorar o final do ano, começo a comemorar o final da comemoração de final de ano. Ufa! Acabou! Acabou o Natal e o ano novo! Ufa! Agora que não precisa ser feliz, posso ser feliz em paz. Agora que não precisa ter energia, esbanjo minha falta de limite. Quero correr pela praia. Estamos todos vivos. Galeraaaaaa estamos vivooooos! Ufa! Acabou! Acabooooou! É isso. Não sei ser feliz com os finais que chegam. Mas sempre dou um jeito de me divertir quando sou eu que, apesar de tudo, chego até o fim.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Ninguem se olha no espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém. Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue. Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
E é isso. Agora é suspirar feito besta, meus celulares e e-mails e o ar voltam a ser objetos de tortura, sempre a espera da próxima vez que você vai me pedir que morda o violão pra escutar a música dentro do cérebro. E você desafinando e meu cérebro consertando tudo dentro da minha imaginação. Não é amor porque amor é mais do que essa escravidão estética. Não é paixão porque eu só me apaixono por quem eu quero destruir e eu só quero limpar com uma palhinha de ouro seu corpo num pedestal. Não é só tesão, porque eu passaria o resto da minha existência fazendo carinho nos cachos do seu cabelo e você com 18 metros de altura parecendo um menino. Não é nada dessas coisas todas que a gente separa numa caixinha da mente pra continuar arrumando o resto das gavetas da vida. Então o quê? É isso, o xixi baixinho olhando a pessoa mais bonita que já vi numa cama desarrumada. É encantamento puro com um pouco de dor porque até a falta de dor tem muito de dor. E mais o sol e mais as formigas e mais a camiseta cheirosa e o xixi baixinho. É só o inferno.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Não gosto de homem que se sente devendo algo ao cosmos. Homem que faz pose de topo de cadeia alimentar mas sofre as dores de uma coluna ainda arredondada pelo começo da evolução. Enfim, tratava-se do homem mais bonito do mundo. E ele veio falar comigo. E eu estava sentada no chão. E ali mesmo trocamos uns beijos e telefones e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e desesperança com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem daquele nível supremo de beleza tinha visto numa garota bem mediana que estava sentada no chão em um dos dias de menor brilho de sua carreira social. [...] Ele era tão bonito que me...que me...que...sei lá. Lembro que na hora pensei algo assim "ah, má vá ser bonito assim lá na puta que o pariu". E ele foi.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
" Eu diria: menina, amar a dúvida, o silêncio, a ingratidão, o fim, o atraso, a invenção, a lacuna, o pode ser, as hipóteses, a não resposta, a raiva, o absurdo, o não, a impossibilidade, o depois que foi, o antes de chegar, o difícil, o pode não; amar essas coisas menina é amar o mistério e não um homem. Amar um homem não é o telefone que não toca, é o telefone que toca e ele tá daquele jeito que te irrita justamente porque está irritado com você e você desliga logo e ele liga de novo e vocês morrem de rir. Ah, e aí vai dando certo. Foi e foi e foi e cá estamos. " (...)
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